Casas populares em Pinhamonhangaba - 1975

Fazenda Acaraí - aumento de 4 para 9 suítes em 2012, após 21 anos

Fazenda Acaraí - Paranapanema-SP em 1991

Casa de fazenda à beira da represa de Jurumirim, iniciando em 1991 com quatro suítes, escritório, salão com estar e jantar separados por lareira, sala de tv, sala íntima, lavabo, cozinha, varanda social, piscina,  área de serviço e abrigo de autos. Atualmente, 2012, tornando-se 9 suítes, com lan-house, grande hidromassagem e, separadamente, churrasqueira, chalé com 4 suítes, galpão de barcos e veículos, heliponto e casa de caseiro.

A lareira de cobre martelado feita pela MH e atirantada na estrutura metálica, sai na cobertura envolta em blocos de vidro que fazem o dourado do cobre martelado se espalhar no salão.

A escadaria da varanda prolonga-se até o fundo da piscina, no lado oposto ao chafariz luminoso semi-esférico. A piscina semi-olímpica está entre a varanda e o braço da represa Jurumirim.

As palmeiras escolhidas tem o tronco semelhante as colunas de concreto aparente, impermeabilizados com resina acrílica incolor.

Fazenda Acaraí - Paranapanema-SP: O INÉDITO SISTEMA CONSTRUTIVO

Para execução com controle de qualidade, com um único molde de aço foram fundidas todas as colunas das construções em duas alturas diferentes. Sobre estas colunas apoia-se estrutura metálica modulada com tesoura padrão aparente. Sobre a estrutura metálica está uma laje pré-moldada de concreto obedecendo a modulação estrutural isolada termicamente por placas de styrofoan e sobre o qual assentou-se com areia e cimento telhas francesas de barro hidrofugadas com resina acrílica. As telhas francesas passados 21 anos não sofreram deslocamento ou trinca uma vez que estavam totalmente apoiadas. Fortes ventos arrancaram os diversos telhados construídos na região, e este manteve-se intacto.

Um microclima definido por este galpão com alto pé direito foi inspirado no casarão da fazenda Monte Nilo da família dos Bicudos. E foi neste microclima que foram construídos mezaninos, as paredes, divisórias, enfim, toda a casa, porém já abrigado das intempéries. Vê-se nas fotos a rampa de madeira construída para que o carrinho de obras acessasse a cobertura. O casamento da curva do telhado com a declividade do terreno foi desenhado para acompanhar a corrida dos fortes ventos.

Este método construtivo inédito foi idealizado pelo Bicudo para enfrentar os desafios do local sobrevivendo há 21 anos sem sofrer nenhum dos desastres que todos os vizinhos já enfrentaram.

Fazenda Santa Terezinha - Taubaté 1990

Casa e escritório da fazenda Santa Terezinha - Taubaté-SP

Varanda abrigo pra dois carros, dando pra sala com pé direito de 7 metros com mezanino, 3 suítes, ampla copa/cozinha com varanda de serviço.

Estrutura em concreto e vigas e madeiras parafusadas, cobertura em telha de cerâmica com forro de assoalho de madeira, sobre o qual separada sobre um colchão de ar, placas de styfoan, um isolante térmico separado também por um colchão de ar das telhas cerâmicas, impermeabilizadas com resina acrílica.
Na frente da casa foi projetado um grande espelho d'água. A casa é um volume independente e separado do escritório e como espaço interno e externo e volume na paisagem tem raízes nas casas bandeiristas de São Paulo.

Entre as paredes e o forro de assoalho de madeira foi deixado um vão de 20 centímetros com vidros translúcidos basculantes, tendo tela mosquiteira permitindo ventilação nos dormitórios protegidos por beirais de 2 metros conseguido com um prolongamento das pernas das tesouras. Esta fresta não permite a passagem de uma pessoa e sua luz difusa durante o dia valoriza o forro interno de assoalho e à noite ilumina os largos beirais.  

Mezanino dependurado em duas tesouras do telhado em estrutura de madeira parafusada.

Ventilação cruzada em dois oitões opostos na direção do vento dominante sugando o ar de baixo,  iluminando o mezanino, refrescando a sala com pé direito duplo de 7 metros no ponto mais alto.

Residência Luigi Striuli no bairro Vila Carrão, São Paulo-SP - Projetada por Vicente Bicudo e José Ribeiro em 1970

Construção em concreto armado contrastando com painéis e pisos de madeira tratada e envernizada.
Pavimento térreo: abrigo de auto, churrasqueira, área de serviço e jardim.
Pavimento intermediário: salas, copa e cozinha,  e três suítes.
Cobertura: varanda com tv, som, sanitário e jardim. Uma inovação para os hábitos da época.
O proprietário era sócio com dois irmãos de empresa de ônibus urbanos de Guarulhos e da fábrica de carrocerias de ônibus Striuli para as quais, a Cia. Teperman foi a única fornecedora das poltronas que eram minhas. Projetei também para os Striuli vários interiores de ônibus produzidos, conforme fotos neste blog Poltrona para Carroceria Striuli - 1968. E com o arquiteto Ari Antonio da Rocha, que venceu o Prêmio Lucio Meira do Salão de Automóvel e teve o seu Aruanda, executado pelo Pinim Farina, sucesso no Salão de Paris, projetamos uma carroceria inovadora que teria ampla aceitação do Mercado Rodoviário.
Não foram construídas a casa e a carroceria pela fábrica de ônibus ter fechado, tendo então como sócio Paschoal Thomeo e após dezenas de ônibus fornecidos para Viação Cometa, que passou a comprar Ciferal, do Rio de Janeiro, porém as poltronas continuaram sendo minhas até a minha saída e dos meus colegas da Cia. Teperman.

Residência em Condomínio fechado em Caraguatatuba - Por V. Bicudo e Arquet, Atelier de Arquitetura - 1988

Planta Pavimento Térreo

Planta Pavimento Superior

A escolha do local foi extensa abrangendo todo litoral norte de São Paulo. 

Integrada entre o lago e a rua, foi posicionada a não cortar nenhuma das árvores frondosas que a deixaram totalmente na sombra. O visual teatral era importante com a forte luz no centro do lago, a sombra envolvente e o destaque luminoso das poucas frestas entre as copas das árvores para desfrutar este jogo cênico, varandas em deck abraçadas por bancos em que os encostos inclinados contrapunham  a inclinação dos telhados.

Para a construção ser preservada determinei o grau de umidade máxima das madeiras ser 6% proveniente de estufa autoclavada , após ser tratada com óleo de linhaça e selador.

Infelizmente não foi construída por problemas pessoais do proprietário, embora tenha sido, sem obstáculos, analisada aprovação pela Prefeitura de Caraguatatuba.

Residência G. Lichtenberguer - 1980

 Maquete física feita em 1979 pelo habilidoso amigo Guilherme Mendes da Rocha

- O estudo e projeto acústico da casa em uma esquina de intenso movimento de veículos foi a parte dominante na solução do projeto, com resultado plenamente satisfatório. A casa é uma defensa acústica isolada dos dois lados das ruas e totalmente virada para o sol, aberta e envidraçada para os fundos. A casca e a forma dos muros foram baseadas nas defensas existentes nas cabeceiras do Aeroporto de Los Angeles, que têm solução notória em todo o meio aeronáutico e que foram executadas na mesma época – estudada pelo Bicudo – que também trabalhava em Los Angeles.

Dentro da casa não se ouve o ruído das ruas, conforme objetivo inicial.

- A forma concebida por Bicudo e pelos parceiros Miriam e Vitor Ayroza, teve a busca do abrigo atávico do útero à caverna como acolhimento, aconchego e ponto de reunião de tudo e de todos. Esta sensação é espontaneamente percebida com satisfação em seu interior, pela quase totalidade das pessoas que por ali estiveram.

- A escada foi feita em um único molde, os degraus foram concretados e colados com araldite na parede de concreto.

- Toda a instalação elétrica é eletrônica e possui várias dezenas de quilômetros de fios finos instalados com transruptores em automatização seqüencial monitorada por sensores. Na época não se conhecia edificação que possuísse este tipo de instalação ou similar. Projeto único do engenheiro eletrônico Roberto Mourão.

- O projeto da estrutura em concreto armado foi inovador, sendo uma série de pórticos radiais dispostos em uma espiral de Arquimedes. Sobre estes pórticos apóia-se uma casca semelhante ao setor da casca de um caramujo - em espiral de Arquimedes e em equação de 4º grau com dupla curvatura.

O calculista exigia junta de dilatação obedecendo às NB - Normas Técnicas Brasileiras. Como especialista em projetos estruturais, Vicente Bicudo responsabilizou-se pela obra e não realizou a junta de dilatação. Há 30 anos a casca pulsa, dilata e não teve nenhuma trinca. 

-  A construção da casca foi pelo processo jatocret ou concreto projetado, com apenas uma única fôrma de apoio com um patamar de apoio no bordo inferior. Com dois dutos; um de água e o outro com a mistura de areia, cimento, pedra e aditivo de pega. Com a pressão e distâncias dos dutos calculadas e testadas, foram sendo sobrepostas fiadas horizontais como se assentam paredes de tijolos. Começava a concretagem pelo lado oeste e quando chegava ao leste, já estava enrijecido o outro extremo, em condição de suportar o peso de outra fiada - conforme havia sido calculado o aditivo de pega.

Toda a casca fora concretada em apenas 08 horas, com a rua interditada para que, em uma arquibancada, se acomodassem estudantes e seus professores da USP, arquitetos e engenheiros. Todos acompanharam a cena com fotografias e filmagens.

Pelo rigor do planejamento e das fôrmas construídas, obedecendo a ábacos de geometria, não ficou uma única falha nem na execução, nem na forma geométrica em equação de 4º grau.

- A construção exprime a tecnologia e economia da época em que foi feita-1980.

Residência G. Lichtenberguer - 1980 (Cont.)