Considerando que a indústria da construção civil é
a maior do País, proponho um debate da classe sobre o papel que ela tem no
desenvolvimento econômico social, quanto a geração de emprego e a descapitalização
e a desnacionalização da economia nacional, quando o arquiteto determina o produto a ser utilizado.
A evolução dos padrões de trabalho e dos processos
construtivos e conseqüentemente a promoção social, a técnica e a indústria de
produção dos materiais construtivos, com importação ou não de tecnologia; o
desenvolvimento ou descapitalização da economia por evasão de divisas,
acompanhada do desemprego dos nossos técnicos; e a criação dos padrões da
preferência ou moda, têm no arquiteto um dos fatores determinantes e responsáveis
da nossa cultura e economia.
Esta conscientização valoriza seu trabalho e
justifica-o
A Engenharia, a cultura e o povo brasileiro esperam
do arquiteto um papel ativo de vanguarda.
Na genialidade de Niemeyer estava a viabilidade da
contribuição técnica de Joaquim Cardoso, projetando nossa Arquitetura na
vanguarda da cultura mundial.
Os programas que arquitetos desenvolveram por mutirão
pela racionalização possibilitam habitação a um número maior de brasileiros nos
termos possíveis.
Existe neste momento arquiteto brasileiro
trabalhando na África, Oriente Médio, Europa e nas Américas, exportando tecnologia.
Analisando cada caso específico, atuando em cada
obra diferentemente conforme suas necessidades e possibilidades, se tecnologia
de ponta, se tecnologia intermediária ou mutirão, o arquiteto não se separa da responsabilidade
a ele atribuída de projetar especificando como e o que.
Ao especificar um processo construtivo ou material
o arquiteto está, na proporção de seus limites, determinando que a indústria se
desenvolverá e qual não, que indústria oferecerá emprego e qual não, quanto se
remeterá de divisas para o exterior e quanto aqui ficará, aonde e qual
tecnologia nacional ou importada deve receber verba e gerar emprego.
Além de sua crítica verbal é o arquiteto conseqüente
e co-responsável à situação sócio-econômica nacional na sua atuação
profissional. Aqui ele deixa a sua crítica materializada, assumindo
responsabilidade evidente a seus posteros, não podendo negá-la ou escondê-la, e
a justificativa ou explicação que houver, infelizmente não estará evidente ao
que no futuro queiram compreende-la.
COMISSÃO DE TECNOLOGIA
Objetivo
·
Discutir questões
e propor alternativas, a um nível macro, para p planejamento e administração de
uma Política Tecnológica da Construção Civil e do Desenho Industrial.
·
Conscientização
dos arquitetos que ao projetar determinando um material ou uma tecnologia ele está
desenvolvendo um processo econômico que regula a demanda de emprego e capital,
e, nisto e neste momento, ele tem responsabilidade definida.
·
Aumentar a
participação dos arquitetos nas decisões importantes no nosso campo de
atividade profissional ou que o influencie. Participação da Comissões de
Tecnologia da órgãos e entidades relacionadas no planejamento e desenvolvimento
tecnológico da Construção Civil e do Desenho Industrial.
·
Facilitar ao
associado o acesso e domínio de técnicas, processos, materiais, cursos e
debates.
FORMAS
DE TRABALHO
- Aumentar a
participação dos colegas do IAB, promovendo debates, palestras, cursos, visitas
técnicas, concursos incentivos, divulgação, exposições e o debate de
projetos e iniciativas importantes na área da tecnologia da Construção
Civil e do Desenho Industrial.
- Trabalho coletivo
que terá os melhores resultados quando um grande número de pessoas dele
participar, trazendo suas opiniões e colaborações; objetivando aprimorar a
formação profissional e a conscientização em torno dos grandes problemas
do setor.
- Relacionar o
Departamento e Núcleos com órgãos públicos nas diferentes áreas
administrativas, escolas de arquitetura e de engenharia, entidades de
classe, instituto de pesquisas, associação profissionais, entidades
comunitárias, através de participação de campanhas e iniciativas conjuntas
da Tecnologia da Construção Civil e do Desenho Industrial.
- Difundir os
trabalhos e atividades da Comissão, especialmente junto aos profissionais
de todo o Estado e aos futuros profissionais em nossas escolas através do
Departamento e seus Núcleos, o CEDOC e o Jornal do IAB.
- Realizar
levantamento da situação econômica-tecnológica, seus respectivos graus de dependência
externa nos diversos setores envolvidos na Construção Civil e no Desenho
Industrial, recursos de engenharia, recursos para a formação de mão-de-obra,
etc.
- Realizar
conjuntamente com o Sindicato dos Arquitetos, Instituto de Engenharia,
Sindicato dos engenheiros e CREA trabalho junto às indústrias para a
conscientização do potencial do mercado à capacidade dos técnicos
nacionais ao desenvolvimento de uma tecnologia adequada e que deve ser
protegida pela classe através do IAB, especificando o arquiteto
determinantemente nos projetos com participação dele em todas as fases dos
mesmos. A Indústria da Construção Civil é a maior do País e somos nós
brasileiros que deveremos ter a maior facilidade de conhecê-la nas suas
necessidades.