Pesquisar neste blog

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DO DESENHO INDUSTRIAL - PROPOSTA APRESENTADA AO IAB PELO ARQUITETO VICENTE BICUDO MEMBRO DO CONSELHO SUPERIOR IAB-SP- 1982


Considerando que a indústria da construção civil é a maior do País, proponho um debate da classe sobre o papel que ela tem no desenvolvimento econômico social, quanto a geração de emprego e a descapitalização e a desnacionalização da economia nacional, quando o arquiteto determina o produto a ser utilizado.
A evolução dos padrões de trabalho e dos processos construtivos e conseqüentemente a promoção social, a técnica e a indústria de produção dos materiais construtivos, com importação ou não de tecnologia; o desenvolvimento ou descapitalização da economia por evasão de divisas, acompanhada do desemprego dos nossos técnicos; e a criação dos padrões da preferência ou moda, têm no arquiteto um dos fatores determinantes e responsáveis da nossa cultura e economia.
Esta conscientização valoriza seu trabalho e justifica-o
A Engenharia, a cultura e o povo brasileiro esperam do arquiteto um papel ativo de vanguarda.
Na genialidade de Niemeyer estava a viabilidade da contribuição técnica de Joaquim Cardoso, projetando nossa Arquitetura na vanguarda da cultura mundial.
Os programas que arquitetos desenvolveram por mutirão pela racionalização possibilitam habitação a um número maior de brasileiros nos termos possíveis.
Existe neste momento arquiteto brasileiro trabalhando na África, Oriente Médio, Europa e nas Américas, exportando tecnologia.
Analisando cada caso específico, atuando em cada obra diferentemente conforme suas necessidades e possibilidades, se tecnologia de ponta, se tecnologia intermediária ou mutirão, o arquiteto não se separa da responsabilidade a ele atribuída de projetar especificando como e o que.
Ao especificar um processo construtivo ou material o arquiteto está, na proporção de seus limites, determinando que a indústria se desenvolverá e qual não, que indústria oferecerá emprego e qual não, quanto se remeterá de divisas para o exterior e quanto aqui ficará, aonde e qual tecnologia nacional ou importada deve receber verba e gerar emprego.
Além de sua crítica verbal é o arquiteto conseqüente e co-responsável à situação sócio-econômica nacional na sua atuação profissional. Aqui ele deixa a sua crítica materializada, assumindo responsabilidade evidente a seus posteros, não podendo negá-la ou escondê-la, e a justificativa ou explicação que houver, infelizmente não estará evidente ao que no futuro queiram compreende-la.

COMISSÃO DE TECNOLOGIA

Objetivo

·          Discutir questões e propor alternativas, a um nível macro, para p planejamento e administração de uma Política Tecnológica da Construção Civil e do Desenho Industrial.
·          Conscientização dos arquitetos que ao projetar determinando um material ou uma tecnologia ele está desenvolvendo um processo econômico que regula a demanda de emprego e capital, e, nisto e neste momento, ele tem responsabilidade definida.
·          Aumentar a participação dos arquitetos nas decisões importantes no nosso campo de atividade profissional ou que o influencie. Participação da Comissões de Tecnologia da órgãos e entidades relacionadas no planejamento e desenvolvimento tecnológico da Construção Civil e do Desenho Industrial.
·          Facilitar ao associado o acesso e domínio de técnicas, processos, materiais, cursos e debates.

FORMAS DE TRABALHO

  • Aumentar a participação dos colegas do IAB, promovendo debates, palestras, cursos, visitas técnicas, concursos incentivos, divulgação, exposições e o debate de projetos e iniciativas importantes na área da tecnologia da Construção Civil e do Desenho Industrial.
  • Trabalho coletivo que terá os melhores resultados quando um grande número de pessoas dele participar, trazendo suas opiniões e colaborações; objetivando aprimorar a formação profissional e a conscientização em torno dos grandes problemas do setor.
  • Relacionar o Departamento e Núcleos com órgãos públicos nas diferentes áreas administrativas, escolas de arquitetura e de engenharia, entidades de classe, instituto de pesquisas, associação profissionais, entidades comunitárias, através de participação de campanhas e iniciativas conjuntas da Tecnologia da Construção Civil e do Desenho Industrial.
  • Difundir os trabalhos e atividades da Comissão, especialmente junto aos profissionais de todo o Estado e aos futuros profissionais em nossas escolas através do Departamento e seus Núcleos, o CEDOC e o Jornal do IAB.
  • Realizar levantamento da situação econômica-tecnológica, seus respectivos graus de dependência externa nos diversos setores envolvidos na Construção Civil e no Desenho Industrial, recursos de engenharia, recursos para a formação de mão-de-obra, etc.
  • Realizar conjuntamente com o Sindicato dos Arquitetos, Instituto de Engenharia, Sindicato dos engenheiros e CREA trabalho junto às indústrias para a conscientização do potencial do mercado à capacidade dos técnicos nacionais ao desenvolvimento de uma tecnologia adequada e que deve ser protegida pela classe através do IAB, especificando o arquiteto determinantemente nos projetos com participação dele em todas as fases dos mesmos. A Indústria da Construção Civil é a maior do País e somos nós brasileiros que deveremos ter a maior facilidade de conhecê-la nas suas necessidades.