Projeto apresentado como aluno no segundo ano da FAU-USP, escolhido pelos professores Hélio Duarte, Plínio Crocce e Giancarlo Gasperini como proposta ao governo estadual Carvalho Pinto.
Projeto inspirado no seguinte poema de Jorge de Lima:
"As velas juntas
Parecem asas alanceadas
Irmãs defuntas ressuscitadas
Por Deus chamadas
Só um altar corpo votivo rasgando o espaço."
(Jorge de Lima)
Na Praia da Armação as ondas do mar assemelham-se na topologia das dunas da praia, onde Bicudo pousou este telhado pelas pontas de seus pares de pirâmides invertidas. As águas deste telhado acompanham os telhados das pousadas dessa aldeia de pescadores. O chão é de areia como as casas da aldeia. As dunas são escoradas pela pedras como as que seguram as montanhas ao fundo. Tudo rústico fazendo parte continuada da aldeia. As divisões internas feitas com os segmentos de coqueiros na vertical mimetizando a paisagem. O piso do altar da sacristia e do sanitário são de concreto.
Estrutura de madeira composta de duas tesouras invertidas, transversalmente conjugadas com treliças longitudinais dispostas, aproveitando o mesmo pendural da tesoura transversal.
Forradas por tábuas de madeira, as estruturas formam uma sequencia de pares de pirâmides invertidas e entre elas o forro paralelo ao telhado.
Esse sistema construtivo, uma década depois, Bicudo construiu como salão social do São Mateus Praia Clube na Praia Brava entre Matinhos e Caiobá, no Paraná. Esta estrutura foi feita por carpinteiros após maquete feita por Fernando Zanforlin e Paulo Augusto de Almeida. Está à beira da Praia Brava tendo suportado, sem danos, ventos que derrubaram coberturas de postos de gasolina, roda gigante de parque de diversões e diversos telhados durante mais de cinquenta anos.
Esta obra em Caiobá foi matéria de estudo dos cursos de Arquitetura e também do de Engenharia da Universidade Federal do Paraná.
