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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Centro Diocesano Anglicano São Paulo - 2005

Premiação Nacional CONFEA - VIII Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2010

Cálculo e dimensionamento estrutural engenheiro Antonio Carlos Costa Negraes


01-  A OBRA - USO
É uma capela para cem pessoas construída no fundo de um lote, onde na frente existe um sobrado de cerca de 80 anos onde funciona o Centro Diocesano Anglicano Dom Sumio. Está a uma quadra da estação do Metrô Santa Cruz no bairro da Vila Mariana, São Paulo.
           Esta capela tem:
1- Facilidade de reunião de pessoas pela proximidade da estação do Metrô e facilidade de estacionamento.
2-  Na parte superior dois apartamentos.
3- Está ligada por uma cobertura de policarbonato translúcida a construção anteriormente existente
4 – O uso predominante é de um local de reunião com celebração de missas, debates, apresentações musicais e palestras.
5– Boa iluminação natural, com visão do topo das árvores e do céu que dominam o miolo do quarteirão e jardineiras e vasos de plantas dependurados internamente, evitando a claustrofobia comum a muitas capelas.
6– Boa ventilação natural cruzada, entrando sobre o altar e saindo no laternin que também ilumina o altar/palco. Esta ventilação é regulável por basculantes com contrapesos e acionados por cabos.
7- A acústica é perfeita para predominar o som emitido no altar/palco onde um leve sussurro é ouvido em todos os pontos da platéia. A parede do lado oposto ao do altar/palco é toda forrada de painéis absorsores impedindo eco e absorvendo a difusão de conversas na platéia.
8- A estrutura da cobertura que suporta a laje do mezanino é toda pintada de verde claro dando uma visão de malha estrutural integrando-se na linguagem da vegetação envolvente.
9- A iluminação artificial é toda setorizada e dimerizada permitindo o controle conforme o uso daquele momento. Ela é embutida na estrutura tubular de aço onde, nos nós, as pontas dos tubos funcionam como spots.
10 – As poltronas são estofadas em padrões diferentes de cores com variações do verde e bege. Sua estrutura tubular inédita, semelhante à de avião, é pintada em verde claro da estrutura de cobertura. Cortadas a lazer em fresa que as quantificou e numerou por CAD CAN, sendo posteriormente soldadas em gabaritos, como a estrutura da cobertura, evitando trabalhos de acabamento e sobras na obra. Processo e mão de obra da indústria automobilística.  
Visual e conforto parecendo poltrona de avião, inovando com porta objetos nas costas para acomodar bolsas, bíblias, casacos, etc. Elas contribuem para o condicionamento alegre e anti-depressivo ao contrario da quase totalidade das capelas.

02- A OBRA – CONSTRUÇÃO

  ESTRUTURA DA COBERTURA: sustenta dependurada a laje do coro, inédita, sem colunas embaixo que atrapalhariam a visão nos lugares do térreo da nave.
Seu processo de corte dos tubos, previamente por fresa computadorizada, quantificando e numerando as peças que foram levadas a obra, ficando as sobras de material na oficina de corte que deu destino de aproveitamento. Na obra não há perda nenhuma e nem retrabalho.
O corte dos tubos, todos redondos, em fresa computadorizada permitiu um encaixe preciso entre eles, evitando trabalhos de acabamento nos tubos e mesmo depois de soldados, permitindo um trabalho perfeito e mais rápido.
Os tubos, identificados pela fresa computadorizada por números, soldados em gabaritos sucessivos com o posicionamento identificando os tubos também são inéditos, introduzindo na construção civil a experiência da indústria automobilística, sem perdas e com precisão em que, para todas as tesouras, com comprimento acima de 10m a diferença entre elas foi inferior a 5mm, isto permitiu um custo inferior e execução em menor tempo. Foi feito uma tesoura por dia.
A execução dos gabaritos foi o último trabalho de Nelson Coltre, que durante meio século praticamente só executou trabalhos semelhantes para a indústria automobilística brasileira, como parte da historia da mesma, adoecendo e falecendo sem a esperada alegria de ver sua obra pronta.
A Associação Brasileira de Construção Metálica, através de sua revista, iniciou os trabalhos para uma publicação especial com o acompanhamento e documentação por fotos das sucessivas etapas da obra, por sua própria iniciativa, incluindo as despesas de fotografo.
         COBERTURA E VEDOS  composta por 3 elementos de forma inédita:
1- Chapa externa de aço trapreizoidal, galvanizada pré pintada eletrostaticamente. Ineditamente foi emborrachada pela técnica utilizada nos assoalhos da indústria automobilística diminuindo o barulho das chuvas. Fixada sobre terças de aço. Fornecidas pela Perfilor em tamanhos finais, não tendo retrabalho ou sobra de material na obra.
2- Chapa interna de aço pintada eletrostaticamente, usada como forro de acabamento. Fixada sob as terças. Fornecidas pela Perfilor em tamanhos finais, não tendo retrabalho ou sobra de material na obra.
3- Lã de rocha ensacada em plásticos e colocada entre terças e entre as duas chapas acima referidas, evitando deslocar-se 
 CÁLCULO ESTRUTURAL:, precedido de testes e experiências, constitui-se num marco da engenharia nacional, feito pela Costa Negraes, conforme exemplar de sua forma final. Em anexo uma prancha  de desenhos da estrutura pela Costa Negraes.
          ILUMINAÇÃO:, também inédita, está instalada dentro da estrutura, faltando instalar algumas chapas difusoras.
         ACÚSTICA: é inovadora, pois seu processo de isolamento não permite que se escute a chuva cair sobre as chapas metálicas. Tal procedimento advém da experiência da indústria automobilística, empregando pioneiramente materiais na construção civil, como o emborrachamento na face inferior da chapa superior, acima da lã de rocha.
A acústica executada dispensa o uso de aparelhagem de som, permitindo audibilidade perfeita em qualquer ponto da nave para quem fale a partir do altar, ainda que fale em tom baixo, sussurrado. Falta apenas a instalação correta das telas de proteção das mantas de fibra de rocha nas paredes.
        VENTILAÇÃO: através de basculantes inferiores atrás do altar e superiores no “shed”  sobre o pavimento superior. É feita pela diferença de pressão, cruzada em relação à nave, formando corrente por convecção ao abrir os basculantes superiores por cabos que tem tensão regulada por contrapesos nos basculantes.
        FUNDAÇÕES: foi feita a sondagem, verificando -se que no local só existe suporte de carga a 25m de profundidade, ocorrendo a solução em laje radier, no caso a mais econômica possível.
       CONCRETO ARMADO:
1. Os pilares feitos com armações de aço compradas prontas, sem retrabalho ou sobras na obra.
2. As vigas metálicas compradas prontas, faltando apenas a pintura, não tendo retrabalho ou sobras na obra.
3. As lajes painéis compradas nas medidas corretas, com acabamento inferior, posteriormente foram só envernizadas, não tendo retrabalho ou sobras na obra.
4. A armação de piso com telas soldadas da Gerdau, proporcionando rapidez, economia e qualidade, evitando sobras na obra.
5. O concreto foi comprado de usina, conforme a necessidade da obra, proporcionando qualidade e não ocasionando sobras na obra.
6.  O acabamento do piso em granilite foi doado pela Camargo Corrêa.
7. A pintura das paredes foi o último lote de tinta à base de neoprene produzida pela Renner, eliminado pelo alto custo e baixa demanda. 
























Premiação Nacional CONFEA - VIII Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2010 - Categoria: Pequeno Porte