Obrigado
Montoro
No dia 20 de outubro de
2016, na Assembleia Legislativa de São Paulo, foi realizada homenagem a André
Franco Montoro, com a presença dos filhos Eugênio, Fernando e Ricardo;
organizada pela Associação dos Parlamentares do Estado de São Paulo, presidida
por Tonico Ramos.
Após vários oradores, Vera
Bussinger lembrou a campanha eleitoral para governador, em que o maior grupo
era o MPGD (Movimento dos Profissionais por um Governo Democrático) com mais de
500 membros relacionados, organizados em grupos de debates temáticos das
propostas para um Plano de Governo. Estes debates foram feitos nas entidades
profissionais por reconhecidos especialistas e no Comitê Central de Campanha à
Rua Madre Teodora. Pela diversidade e profundidade dos temas, eu eleito como um
dos quatro coordenadores relacionava os diferentes grupos com a Madre Teodora,
com o que muito aprendi o que também ouvi de diversas pessoas. Era como uma
Universidade e popularmente cognominada Sorbonne.
Nesta homenagem, pedi a
palavra e relatei.
Montoro, eleito governador, reuniu a equipe da Rua Madre
Teodora e perguntou qual o
mais grave problema que teria para resolver. Eu, lidando com os diversos grupos de
propostas, lembro-me de um sanitarista temendo uma praga que fosse letal ao
homem tendo como vetor o rato. Ela dizimaria a população de São Paulo. No
entanto, apresentei o que mais me afligia: “As
encostas da Serra do Mar em Cubatão”.
Estudei e constatei serem
geologicamente idênticas às encostas da Serra do Mar de Santos e de
Caraguatatuba, que antes com as chuvas intensas deslizaram as encostas da
Serra, atingindo a então pequena cidade onde depositaram altura superior a 2
metros de lama, matando 436 pessoas, conforme link anexo de uma reportagem da
Folha de São Paulo:
Certa vez, pela Teperman,
com José Carlos de vendas, visitamos a COSIPA onde fornecemos bancos para duas
barcas de passageiros, retornando pela estrada Caminhos do Mar. Observei então
que a Represa Billings, junto à Usina HenryBorden, está muito próxima das
encostas da Serra do Mar e se plagiasse Caraguatatuba, a Represa Billings
despencando do Reservatório Rio das Pedras com 728,50 metros de altitude, em minutos arrasaria o Polo Petroquímico
de Cubatão na cota 10 metros e sepultaria o Porto de Santos, que naquele momento eu via ali
embaixo.
Pensei no pânico da
população se fosse conscientizada do risco iminente. Estudei construir 4
diques contendo a Billings e afastar da encosta a captação da adução da hidroelétrica, porém demoraria e não daria para esperar. Hoje dá para
estudar essa solução que aqui exponho para o Governo de São Paulo analisar sua oportunidade.
A vegetação nas encostas
de Cubatão era toda amarelada, agonizando pela poluição, que fazia numa sala de
aula repentinamente várias crianças desmaiarem e crianças nascerem sem cérebro !
Se essa vegetação morresse, as encostas encharcadas pelas chuvas virariam
tragédia que a recente barragem de Mariana nem serviria de miniatura.
Na homenagem na Assembleia
Legislativa, estava na mesa Ricardo Montoro, o qual se pronunciou lembrando
desta ocasião em que Montoro convidou-me para assumir o desafio. Desafio esse
que agradeci negando e justificando pela impossibilidade de aceitar qualquer
cargo, abandonando os 1800 funcionários da Teperman, na qual eu trabalhava para
o Governo Americano durante 27 anos vencendo todos os concursos e concorrências
dos interiores dos trens dos metrôs de Washington DC, Los Angeles e San Francisco.
Com minha recusa, Montoro
então se virou para Werner Zulauf, do grupo dos ambientalistas, pedindo para
assumir a CETESB e acabar com a poluição de Cubatão, porém exigindo de todos
nós “boca fechada” sobre o perigo da avalanche, pois só o pânico geraria um
desastre de difícil controle.
Werner Zulauf assim fez
brilhantemente, resultando na sequência o Governo Quércia ganhar da Unesco o
Prêmio da Mais Eficiente Despoluição do Meio Ambiente, tendo inovado ao semear
de helicóptero as encostas da Serra do Mar, colorindo de verde a paisagem
antiga amarelo-acinzentada.
Quando faço o balanço do
que já fiz, durmo tranquilo ao pensar que valeu minha vida só por conseguir
evitar esta tragédia, graças a Montoro.
Paulistas, agradeçam
comigo:
OBRIGADO
MONTORO !