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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Obrigado Montoro

No dia 20 de outubro de 2016, na Assembleia Legislativa de São Paulo, foi realizada homenagem a André Franco Montoro, com a presença dos filhos Eugênio, Fernando e Ricardo; organizada pela Associação dos Parlamentares do Estado de São Paulo, presidida por Tonico Ramos.

Após vários oradores, Vera Bussinger lembrou a campanha eleitoral para governador, em que o maior grupo era o MPGD (Movimento dos Profissionais por um Governo Democrático) com mais de 500 membros relacionados, organizados em grupos de debates temáticos das propostas para um Plano de Governo. Estes debates foram feitos nas entidades profissionais por reconhecidos especialistas e no Comitê Central de Campanha à Rua Madre Teodora. Pela diversidade e profundidade dos temas, eu eleito como um dos quatro coordenadores relacionava os diferentes grupos com a Madre Teodora, com o que muito aprendi o que também ouvi de diversas pessoas. Era como uma Universidade e popularmente cognominada Sorbonne.

Nesta homenagem, pedi a palavra e relatei.

Montoro, eleito governador, reuniu a equipe da Rua Madre Teodora e perguntou qual o mais grave problema que teria para resolver. Eu, lidando com os diversos grupos de propostas, lembro-me de um sanitarista temendo uma praga que fosse letal ao homem tendo como vetor o rato. Ela dizimaria a população de São Paulo. No entanto, apresentei o que mais me afligia: “As encostas da Serra do Mar em Cubatão”.

Estudei e constatei serem geologicamente idênticas às encostas da Serra do Mar de Santos e de Caraguatatuba, que antes com as chuvas intensas deslizaram as encostas da Serra, atingindo a então pequena cidade onde depositaram altura superior a 2 metros de lama, matando 436 pessoas, conforme link anexo de uma reportagem da Folha de São Paulo:

Certa vez, pela Teperman, com José Carlos de vendas, visitamos a COSIPA onde fornecemos bancos para duas barcas de passageiros, retornando pela estrada Caminhos do Mar. Observei então que a Represa Billings, junto à Usina HenryBorden, está muito próxima das encostas da Serra do Mar e se plagiasse Caraguatatuba, a Represa Billings despencando do Reservatório Rio das Pedras com 728,50 metros de altitude, em minutos arrasaria o Polo Petroquímico de Cubatão na cota 10 metros e sepultaria o Porto de Santos, que naquele momento eu via ali embaixo.

Pensei no pânico da população se fosse conscientizada do risco iminente. Estudei construir 4 diques contendo a Billings e afastar da encosta a captação da adução da hidroelétrica, porém demoraria e não daria para esperar. Hoje dá para estudar essa solução que aqui exponho para o Governo de São Paulo analisar sua oportunidade.

A vegetação nas encostas de Cubatão era toda amarelada, agonizando pela poluição, que fazia numa sala de aula repentinamente várias crianças desmaiarem e crianças nascerem sem cérebro ! Se essa vegetação morresse, as encostas encharcadas pelas chuvas virariam tragédia que a recente barragem de Mariana nem serviria de miniatura.

Na homenagem na Assembleia Legislativa, estava na mesa Ricardo Montoro, o qual se pronunciou lembrando desta ocasião em que Montoro convidou-me para assumir o desafio. Desafio esse que agradeci negando e justificando pela impossibilidade de aceitar qualquer cargo, abandonando os 1800 funcionários da Teperman, na qual eu trabalhava para o Governo Americano durante 27 anos vencendo todos os concursos e concorrências dos interiores dos trens dos metrôs de Washington DC, Los Angeles e San Francisco.

Com minha recusa, Montoro então se virou para Werner Zulauf, do grupo dos ambientalistas, pedindo para assumir a CETESB e acabar com a poluição de Cubatão, porém exigindo de todos nós “boca fechada” sobre o perigo da avalanche, pois só o pânico geraria um desastre de difícil controle.

Werner Zulauf assim fez brilhantemente, resultando na sequência o Governo Quércia ganhar da Unesco o Prêmio da Mais Eficiente Despoluição do Meio Ambiente, tendo inovado ao semear de helicóptero as encostas da Serra do Mar, colorindo de verde a paisagem antiga amarelo-acinzentada.

Quando faço o balanço do que já fiz, durmo tranquilo ao pensar que valeu minha vida só por conseguir evitar esta tragédia, graças a Montoro.
Paulistas, agradeçam comigo:

OBRIGADO MONTORO !